Uma da coisas ditas por quem não é crente ( cristão evangélico ), é exatamente " COMO PODEM DIZER QUE SÃO SALVOS?", expressando o inconformismo com a chamada "certeza da salvação" expressa e confessada pelos evangélicos em geral. Por desconhecimento até do próprio cristianismo, da autêntica fé cristã, acha-se plenamente possível e portanto plausível, a prática da vida cristã sem nenhuma certeza, para uma posterior aprovação de Deus ou não ( sem reavaliação do que significaria estar ou ser um perdido por toda a eternidade ).
Quero colocar portanto alguns pontos que ajudem a correta compreensão do que significa ser um "salvo" dentro do que a Bíblia revela concernente a fé cristã autêntica. Primeiramente, "salvação" não é prêmio ou premiação, embora em certos aspectos possa ser confundida como tal. No conceito estritamente bíblico, salvação ou ser "um salvo", é um estado, uma condição. É como estar desempregado / empregado, sadio/ doente, rico/pobre, feio/bonito, jovem/velho, etc. Sob esse aspecto, uma pessoa é no exato momento da pergunta, uma pessoa salva ou perdida e ponto final.
Outro ponto é que a salvação, como estado, é dada e recebida e não algo construído aos poucos, gradativamente. Não é uma evolução, um aperfeiçoamento. É portanto um estado imediato.
Há ainda o fato de ser unilateral. Uma pessoa ( no caso Deus unicamente ) salva a outra, portanto Deus salva o homem. No que concerne a uma condição de existência e manutenção da vida ( que é a da vida após a morte ) só Deus salva, por ser Ele unicamente, a única fonte e o único doador da vida. Religião não salva, religiosos não salvam, santas e santos não salvam, práticas religiosas não salvam, sacramentos não salvam mesmo que sejam legitimamente cristãos, como batismos, etc..
Considere-se ainda que a salvação não é algo sem critérios, casual e caótica. Como resultado da ação direta de Deus, corresponde a um ato pessoal resultante da plena e perfeita justiça de Deus. Portanto Deus não é arbitrário e incoerente ao salvar alguém e portanto essa "salvação" outorgada a alguém não pode, não carece, não é vulnerável de alguma reclamação ou objeção.
Essa salvação é ainda uma grande coisa, um fato exemplar, algo a ser desejado, satisfaz plenamente a carência e a necessidade do perdido. É expressa como a água que satisfaz o sedento e o alimento que sacia a fome. O consolo que enxuga toda a lágrima e a completa e real ausência de toda a dor imaginável ou inimaginável.
Finalmente a salvação como tal não é de modo alguma uma condição passageira, com duração finita, ou que será fatalmente e abolida sob alguma condição esteporânea mesmo de Deus. É uma salvação que não de perde, pois segundo as mesmas Sagradas Escrituras, os dons de Deus, são dados sem arrependimento.
Resumida e didáticamente é assim que compreendo a salvação e a condição de salvo expressa na Bíblia, na Palavra de Deus. Demonstremos a seguir, através de passagens das Escrituras, cada uma das colocações acima.
Comecemos por alguém que não foi um religioso exemplar e cuja prática religiosa não pode ser considerada exemplo e nem base para salvação; o ladrão da cruz, aquele que ficou conhecido por ser "o bom ladrão ", uma alusão não ao fato de ser ladrão, mas de ter conseguido a salvação nos últimos instantes da sua feia vida. Jesus lhe disse claramente: " hoje estarás comigo no paraíso." Doutrinária e teologicamente, em especial os Adventistas do sétimo dia, por negarem a eternidade da alma e distinção dela do corpo físico, negam a clareza do que é expresso nas palavras de Jesus. Mas o relato deixa claro, alguém perdido passa a ser imediatamente salvo, sem vida religiosa ou prática exemplar, sem nada, a não ser uma palavra direta ao Senhor e um pedido para ser salvo.Pedido aceito pelo Senhor Jesus, Deus conosco, Emanuel, o próprio Deus portanto. Temos aí a realidade da salvação, a imediatêz da salvação, a graça da salvação e um critério: a pessoa de Jesus como única intermediação e concretização da salvação de uma ser humano. O contrário disso tudo seria a condição, por exclusão, de perdição, não salvação.
Muito mais pode ser considerado, mas especialmente gostaria de considerar o ponto seguinte: quem pode ser salvo? Doutrinária e teologicamente há semelhantemente à salvação certa confusão. A reforma protestante trouxe a luz e a tona a verdade escriturística da salvação pela graça somente e não pelas obras. Esse é um ponto pacífico e passivo entre os crentes, portanto entre os cristãos evangélicos,sejam de que corrente forem. Confessamos a nossa fé na salvação dada por Deus a parte de qualquer merecimento, pois reconhecemos com base nas mesmas declarações escriturísticas, sermos incapazes de alcançarmos ( por vários motivos demonstráveis ) o alto padrão de Deus ( embora não sejam esses exatamente os motivos que invibializariam de modo lógico a autosalvação do homem ).
Há os que asseveram que Deus tenha providenciado a salvação de alguns e não de outros, dessa forma preparado a salvação para os primeiros e fechado as portas aos demais. As pretensas justificativas são várias e nem sempre tão simples, desde uma preordenança até uma organização lógica para que o grande cenário onde o bem e o mal materializam as suas ações, os perdidos necessariamente estariam inseridos. Por julgar exatamente inadequada tal abordagem, o que desviaria o foco direto dessa postagem, remeto-me á minha posição. A salvação é um projeto para toda a humanidade com complexos desdobramentos, e que possibilita a salvação de todas as criaturas, e sem distinção, porém graças a um critério unicamente, haverá salvos e perdidos. Ou seja: todos podem ser salvos, muitos ( a maioria ) não serão salvos.
Trata-se de um erro grave e uma distorção da verdade escriturística, a afirmação descabida de que Jesus não morreu por todos mas apenas por alguns. Cristãos e pastores que assim pregam, não pregam o verdadeiro Evangelho, mas uma distorção grave do mesmo e por várias razões, todas ligadas ao julgo teológico espúrio, e não uma compreensão inequívoca do plano divino da salvação. Jesus Cristo veio para salvar a todo o homem e o critério único é conhecê-Lo como resultado de crer nEle como Deus e Filho de Deus, o que não se confunde com assentimento doutrinário, filiação religiosa ou pratica religiosa cristã. Trata-se de um encontro e uma confissão pessoal feita a Ele mesmo.
Dessa forma quem nunca o encontrou, não pode se reconhecer salvo, não é salvo de fato. Quem nunca Lhe dirigiu uma palavra reconhecendo o quem Ele é, pedindo para ser salvo , não pode ser salvo e não é salvo. Quem nunca aceitou a loucura da história da cruz como providência eficiente de Deus para concretização da sua salvação, não pode e não é salvo. Não importa se faz parte ou não de uma igreja cristã, se é religioso profissional e atuante ou não, se é cidadão exemplar ou não. Até mesmo posições doutrinárias e teológicas não importam. Um calvinista pode ser salvo ou perdido. Um arminiano, pode ser salvo ou perdido. Um batista, um assembléiano, um adventista, um presbiteriano, um metodista, um da Universal, da Graça de Deus, da Renascer, etc, etc. Não importa. Nenhuma igreja ou mesmo uma religião tecnicamente cristã, não pode salvar ninguém. Nenhuma igreja evangélica "vende" salvação como muitos de fora errôneamente atribuem a algumas denominações. Todo evangélico sabe que a salvação é um dom exclusivo de Deus e ponto final e que é algo entre Deus e o homem somente.
A salvação passa, portanto, única e indesviavelmente, por uma relação pessoal graciosa com o seu salvador. Não passa por critérios humanos, mas individuais, da relação do salvo com o seu Salvador. Começa num encontro do perdido com o Jesus ( Deus e Filho de Deus ) e sob essa única e autêntica experiência se mantém por toda a vida, ultrapassando a morte, o juízo, e alcançando a eternidade. Essa salvação atemporal pode ser alcançada hoje, agora e imediatamente. A salvação é um ato de Deus que de modo justo possibilita a redenção de todo ser humano em que condição ele exista como homem ou mulher, em qualquer cultura, condição de formação e educação, poder ou falta dele. Trata-se de fato de uma "tão grande salvação" como revelam as Escrituras.
Se você é um salvo, o é por estar enquadrado nas condições e pontos colocados acima, e encontráveis clara e inequívocamente na Bíblia, nas Escrituras. Se não o é, fatalmente é ainda um perdido. E a sua religião, mesmo cristã não o salva, a sua recomendável vida como cidadão não o salva embora se insira em outro contexto, de uma análise, se Deus permitir, em outro momento. Vá hoje mesmo a uma igreja evangélica ( ela não o salva mas preenche um dos requisitos para a salvação que é a confissão pública de Jesus com o Deus e Filho de Deus ) . Possivelmente alguém fará um apelo, compreendida a sua condição de pecador e de perdido, responda positivamente e sinceramente a esse apelo tão especial. O resto é pessoal, e se for sincera a sua posição e confissão, Deus fará um milagre na sua vida, e você saberá que foi salvo. Uma experiência única que por mais que o mundo e as pessoas a seu redor neguem você saberá que ela aconteceu e que é tão real como o ar que respira e a luz que vê.
Deus o abençoe por meio de Jesus Cristo, o Salvador, cujo único nome, no céu e abaixo do céu nos é dado para plena e toda suficiente salvação.
Por Helvécio S. Pereira
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