"Oceans"

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

CONHEÇA A OPINIÃO DE ALGUÉM QUE TEM ALGO A DIZER *

* O Título real da postagem ( 1ª parte ) você encontra a seguir e é de autoria do Irmão Jorge Fernandes Isah postado originalmente em seu blog "Kálamos". Confira a seguir.


10 Janeiro 2011

Cristianismo, Estado e Justiça - 

Parte 1









Por Jorge Fernandes Isah

Todo cristão deve ter a convicção de que, em qualquer época e lugar do mundo, onde o Evangelho de Cristo não se fizer presente, como a regra primeira e última de normatização das relações humanas [não apenas como um devaneio para a alma e poetas], ali encontraremos o que se pode chamar de idade e reino das trevas, sem a menor chance de sermos injustos ou precipitados. Porém, o que vem acontecendo e se disseminando entre nós é exatamente o contrário, a possibilidade de se criar um paraíso terreno sem a necessidade de se aplicar a Lei e o Evangelho, antes a rejeição de ambos [1]. Como se o homem, em si mesmo, pudesse deter algo de bom, e seus valores e objetivos fossem mais justos e santos do que os valores divinos, os quais provém da única fonte capaz de gerá-los, Deus, visto ser ele, em essência,  santo e justo.

Estranha-me que cristãos saiam decidida e prontamente em defesa de ideologias e métodos nitidamente antibíblicos, como se Deus pudesse, de uma hora para outra, renegar a si mesmo em favor do homem. Bem, alguém poderia, num arroubo delirante, dizer que a encarnação do Verbo foi uma espécie de negação da divindade, mas eu direi a esse insano que não há como Deus negar-se a si mesmo, pois o perfeito jamais pode ser imperfeito ou deixar de ser perfeito. E Cristo encarnou-se exatamente por causa da sua perfeição, a fim de executar o plano perfeito, imutável e eterno traçado pela Trindade Santa. Porém esse não é o motivo deste post, e a discussão pode se direcionar a outro lugar e momento. 

A verdade é que, de muitas formas e maneiras, tenta-se justificar o fato da igreja estar em profunda aliança com o mundo [mesmo que não seja consumada mas um flerte, isso em nada ameniza a situação], abandonando, como o fez em outras épocas, a aliança com Deus. Por que será? Alegar o estado temporário de imperfeição dos santos como justificativa não me parece prudente, nem mesmo chega a ser uma resposta. O ensimesmamento do homem parece-me muito mais próximo de uma resposta bíblica, a qual nos garante que não há um justo, nenhum sequer, e de que não há quem busque a Deus [Rm 3.10,12].  É claro que não ignoro o convívio do joio entre o trigo, mas, por que o trigo se empenha em seguir o caminho infrutífero do joio? Faltam parâmetros que delineiam a vida cristã. Parece que cada um pode absorver o que quiser e descartar o que também quiser com a mesma naturalidade com que se escolhe a cor de uma camisa ou o sabor de um sorvete, apelando apenas para o critério pessoal, algo subjetivo e de foro íntimo.

Tem-se de entender que a palavra que lemos, ouvimos e proclamamos não é nossa, mas de Deus. E como tal, tem de ser observada, entendida e aplicada em sua integralidade. O maior problema que se tem hoje é o de se distinguir entre um trecho e outro da Escritura, e dizer ser esse pertinente e aquele não, para os tempos atuais; e assim, rejeitamos a Bíblia em sua unidade, como a palavra para todos os homens em todos os tempos e lugares. Promove-se o seu fatiamento, a fim de se escolher o que venha de encontro aos interesses pessoais, e descartar o que não se encaixa neles, mesmo assim a partir de uma exegese falha e uma interpretação distorcida e tendenciosa. Já disse, em outro lugar, que não é possível se ter uma fração do Evangelho; ou se tem o todo ou não se tem nada. Mas parece que muitos estão dispostos a conviver com uma ínfima parte, ao ponto de se acreditar que têm a completude e unidade da palavra; talvez o maior de todos os enganos, senão o maior. Até mesmo não ter nada pode ser mais benéfico pois há a possibilidade de se ainda conhecer o todo. Contentar-se e se autojustificar com uma parte, impede-se de compreender e desfrutar da verdade intacta transmitida por Deus de maneira definitiva em seus limites invariáveis. Como está escrito: Olhai, pois, que façais como vos mandou o Senhor vosso Deus; não vos desviareis, nem para a direita nem para a esquerda” [Dt 5.32]. Não há ziguezagues, desvios, ou atalhos, nem mesmo paradas, mas um caminhar regular e líneo à glória.

O grande problema é que a igreja tem olhado o mundo com olhos cobiçosos, invejosos, de ter o que ele tem, de desfrutar do que ele usufrui, de colaborar em erguer-se a cerca que separará definitivamente o homem de Deus, mantendo-o do lado de fora do Reino, ainda que ele possa vislumbrá-lo a distância, minimamente, e assim certificar-se de estar [in]seguro na periferia, onde a marginalidade espiritual se estrutura no caos e na imoralidade. É como acariciar uma bomba-relógio programada para explodir em alguns segundos. Paulo nos diz: não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” [Rm 12.1]. Ora, o que vem a ser a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus, senão o Evangelho em sua totalidade? Não basta ouvi-lo. Não basta lê-lo. Nem racionalizá-lo. Decorá-lo. Ou espiritualizá-lo. Qualquer forma de reduzi-lo em sua amplitude apenas nos afastará da sua mensagem. Antes é necessário obedecê-lo, assim como o Senhor Jesus obedeceu ao Pai, demonstrando o seu amor por ele. Ilude-se quem acredita que qualquer tipo de amor é suficiente em si mesmo. Que qualquer emocionalismo ou contemplação é suficiente para agradar a Deus. Nada disso. O exemplo está naquilo que Cristo espera dos seus discípulos, como prova do amor deles por ele: Se me amais, guardai os meus mandamentos... e aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama” [Jo 14.15, 21] porque“Quem não me ama não guarda as minhas palavras” [Jo 14.24]. Isso é dito para a igreja, o povo de Deus, porque o mundo não pode conhecer o Espírito de verdade, nem pode recebê-lo, “porque não o vê, nem o conhece” [Jo 14.17].

Assim, muitos justificam a impiedade e injustiça do mundo em sua anormal naturalidade de ser ultrajante e insensato, visto não terem a palavra nem o Espírito da palavra para orientá-lo, pois é-lhe impossível recebê-los, e não os têm em si mesmo. Mas será isso? Ou não estaremos apenas dando os motivos para tanto uma como outra coisa se propaguem desenfreadamente, numa justificativa para a falta de temor dos cristãos? Não estaremos a regar e adubar o mal por considerá-lo inevitável e fora de controle? Não estaremos a nos condenar pelo descuido, por um espírito de acomodação e cinismo? Pelo qual nos desculpamos a nós mesmos por causa da nossa covardia e falta de senso? Desde quando o fato de se ser pecador é justificativa para se pecar? Seria o mesmo que um réu justificasse o seu crime diante do juiz com o argumento [ou a falta dele] de ser criminoso. O criminoso não é autojustificado por sua condição, antes ela o denuncia e o condena. E, com isso, participamos do sofrimento, da injustiça e da opressão que governos e a sociedade exercem sobre outros irmãos e até mesmo outros ímpios, o que nos torna, em algum grau, cúmplices do mal.

Mas alguém pode dizer: devemos sofrer por amor ao próximo. Devemos amá-lo como Cristo ama o pecador. É verdade, porém, Cristo não ama a todos os pecadores indiscriminadamente. Cristo não ama aquele que morrerá obstinado em seu pecado. Cristo não ama aquele que escarnece e se exibe acima da vontade de Deus, como se fosse maior do que Deus. Cristo não ama os que jamais se arrependerão dos seus pecados. Muito menos os que se deliciam continuamente em praticá-los. Cristo, ao contrário, abomina-os, e os lançará no tormento eterno, sem apelação. Cristo veio ao mundo para resgatar o seu povo, morreu por ele, e por ele ressuscitou. Alegar um amor divino indistinto é apelar para a desordem de Deus, que criou o mundo com propósitos claramente definidos, assim como os vasos da ira foram preparados para a perdição [Rm 9.22], e "até o ímpio para o dia do mal" [Pv 16.4]. A visão de muitos, de um deus que criou vasos para a perdição e amou-os tanto que os lançará no inferno, onde serão atormentados eternamente, e mais, que os criou com essa finalidade, é simplesmente não-bíblica e, posso dizer, tem o objetivo de nos tornar amigos de inimigos declarados, de tal forma que contemporizamos com o mal ao invés de aborrecê-lo. Querem criar um deus ambíguo, esquizofrênico, senil, frouxo, e que nada tem a ver com o Deus bíblico. Mas à parte dessa questão, uma outra está a intrigar-me: pode um cristão apelar para o amor indiscriminado e incondicional ao pecador, mesmo que isso represente a perseguição e injustiça a outro [irmão ou não]? Quer dizer que devo ser misericordioso para com aquele que não tem misericórdia, e assim ele desfrute livremente do seu pecado? E até o use como uma forma de punir o justo?

Veja bem, o ponto a se refletir é: tem-se de ser misericordioso com quem não tem misericórdia, com aquele que persegue, com aquele que causa dano, com aquele que se exibe ostensivamente na promoção e incitação ao pecado? É inadmissível que isso sirva de justificativa para a ofensa, a improbidade e o despudor. Seria esse o padrão de justiça bíblico, que nos leva a amar o ímpio e a permitir que ele permaneça injusto? Qual deve ser a atitude diante de um ato de injustiça? Defender quem a promoveu? Ou acusá-lo? E condená-lo segundo o reto padrão divino? Ou absolvê-lo pelo padrão humano? Quando se age assim, condena-se o justo e despreza-se a justiça. Favorecendo o mal em detrimento do bem. Mas, sobretudo, permiti-se agir injustamente com ambos. Ao consentir que um exerça livremente a sua impiedade, privando o outro da liberdade de ser justo.

Uma pausa: A Bíblia diz que devemos amar aos nossos inimigos [Mt 5.44]; da mesma forma que nos ordena a abençoar os que nos perseguem[Rm 12.14]. Mas isso se refere especificamente a cada um de nós, como indivíduo; é um chamado individual para cada um agir assim quando o objeto de injustiça for a si mesmo, não o outro; ou seja, eu, Jorge, se sou perseguido, caluniado, odiado, devo amar quem me persegue, calunia e odeia; porém, isso quer dizer que devo proceder da mesma forma em relação a alguém que persegue, calunia e odeia outro? Ou antes devo denunciar o crime e o criminoso, e sair em defesa do inocente? Sou chamado a me entregar à morte por Cristo, mas não posso nem devo aceitar e permitir que o outro seja morto, pois, agindo assim, estará evidenciado não o amor, mas o desamor. O amor pode permitir que eu sofra a injustiça, mas jamais permitir que eu compactue com ela. São coisas distintas. Devo sofrer o dano, mas jamais permitir que outrem seja lesado. Interessante é que, normalmente, não aceitamos o dano, mas queremos impô-lo aos outros; somos rápidos em nos defender, e negligentes quando se trata do próximo. 
Outro ponto é que o fato de amar o ímpio não me impede, em momento algum, de corrigi-lo. Isso deveria ser visto, corretamente, como prova de amor não somente ao criminoso, mas também ao inocente, para que ele não seja punido duas vezes: por quem cometeu o crime, e por não ser reparado no que perdeu. Fim da pausa.

Ao se defender a liberdade homossexual, por exemplo, defende-se até que ponto? E se for legimitizada por força de lei, e ferir os princípios de liberdade de um irmão, esse padrão de justiça e moralidade pode ser considerado bíblico? E, até que ponto, não se ampliará esse direito aos assassinos, ladrões, estupradores, corruptos, fraudadores e blasfemadores? Ou se deve, ao contrário, esforçar-se para que eles reconheçam seus pecados [e sofram a punição legal por eles] como uma maneira de denunciar o padrão imoral e antibíblico no qual vivem? [2]. Sendo exemplo para que outros não enveredem no erro? Não é assim que Deus demonstra o seu amor por nós, nos revelando, primeiramente, nossa impiedade? Levando-nos ao arrependimento? Por que temer que a lei seja esse instrumento de reparação ao injustiçado, a fim de se corrigir um dano; mas também o aio que levará o pecador a Cristo? Não é retirar a força do Evangelho? Diminuí-lo, e agir claramente em desamor? E não é certo, ao agir assim, que será acusado no tribunal de Cristo, por cooperar com o mal? E se inserir no modelo ao qual o apóstolo se refere, “os quais, conhecendo o juízo de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem” [Rm 1.32]? Viver no mundo, não nos torna parte dele; temos de ser separados de suas práticas, e mesmo daqueles que a praticam sem pudor.

Ao silenciarmo-nos, assentimos, ainda que exteriormente, com a prática do mal. É o suficiente para o ímpio ver reconhecida a sua legitimidade de permanecer na transgressão. O nosso silêncio é a resposta que eles não precisam ouvir para declararem moral o que Deus estabeleceu como imoral. É necessário que a nossa aversão, nojo e repulsa sejam evidenciadas, não como uma mera postura a se delimitar um espaço físico ou social, mas para o próprio bem daqueles que teimam em viver à margem da moral e ética cristãs, e pelo bem daqueles que desejam sinceramente viver nelas e por elas. Agir assim parece ser pedir demais, num mundo em que o pecado é ostensivamente exposto como apenas outro padrão social; como se estivéssemos sem rumo, o ponteiro da bússola girando freneticamente em todas as direções. Esse padrão encontra-se presente em todos os seguimentos, refletindo o caos que conduzirá as pessoas em suas relações cada vez mais destrutivas e insanas.

Quando o ministro Marco Aurélio Garcia disse não haver problemas no fato dos filhos do ex-presidente Lula, que nada têm a ver com o corpo diplomático brasileiro, deterem credenciais diplomáticas, e a sociedade finge não ver, e os cristãos fingem-se de cegos, e muitos dentre nós ainda defendem esse falso argumento [que em si não é argumento, pois não há argumentação], paira no ar o cheiro pestilento e invasivo de podridão. Que deixa tudo à sua volta exalando um mau cheiro intenso, doentio, e agonizante. É essa indisposição à verdade que torna relevante a mentira, que nem mesmo está preocupada em dissimular-se, mas em se exibir cínica e provocantemente obscena, como uma ferida purulenta que ninguém quer curar.

Isso é extremamente danoso para o mundo que, contudo, não se apercebe em sua própria cegueira do abismo, da queda-livre, em que se encontra. Masquando percebemos que a igreja se envolve cada vez mais com a patifaria e o descaramento, o que faria enrubecer os piores bucaneiros e corsários do passado, torna-se fácil notar que os valores bíblicos foram postos de lado, Deus tem sido esquecido, e a sua palavra repudiada em favor das falsas “boas-novas” do príncipe deste mundo. E a igreja acaba por encher-se de humanismo e de relativismo e de descrença, a tal ponto que o Evangelho está morto para ela, enquanto ela, moribunda, aguarda a morte inapelavelmente justa e anunciada no Evangelho. E se deixa abandonar em si mesma, exatamente por lutar contra aquilo que deveria ser: apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” [Ef 5.27].

Não cheguei a falar do Estado, presente no título deste post, o que ficará para a seqüência, se Deus quiser.

Continua...

Nota: [1] Faço a distinção da revelação em dois termos, não porque eu ache que exista diferenciação entre um e outro, mas apenas para facilitar o entendimento do leitor que pode estar acostumado à dicotomia Lei e Evangelho, que na verdade, não existe do ponto de vista bíblico.

[2] Quando Paulo diz aos coríntios que eles estavam ensoberbecidos, orgulhosos, de manterem um fornicador no corpo local, e de não se entristecerem por não tê-lo tirado de entre eles, não os tratou como inocentes, mas culpou-os pela falta de zelo, determinando que o tal fosse entregue a satanás. E, por fim, exorta a igreja a não se associar com aquele que, "dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador, com o tal nem ainda comais" [ICo 5.11]. Infelizmente, muitos têm se disposto a rejeitar seu irmão em favor da união com o ímpio.

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COMO COMPREENDER AS DIFERENÇAS ENTRE IGREJAS EVANGÉLICAS NO BRASIL HOJE

 ou DEUS ATUA NO BRASIL HOJE?


A imagem de uma nave de igreja vazia, sem pessoas, a que nenhum ministro ou crente deseja ver. Se por um lado a fé seja algo particular e individual, o sucesso ao compartilhá-la é sem dúvida elemento real em nossa experiência cristã. Justamente por isso nos importamos e nos incomodamos quando detectamos conflito entre     o comportamento do outro e o nosso quando ambos professamos a fé no mesmo Deus e Senhor. Trata-se de um conflito e batalha cuja solução não é ignorá-la nem incitar o desprezo. Afinal, disse o Senhor Jesus: "deixai-o, Quem é por mim não é contra mim" 

E, respondendo João, disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava os demônios, e lho proibimos, porque não te segue conosco.( Lc 9:49 e 50 )


postagem presente tem razão de ser em conclusões tiradas a partir da realidade particularmente brasileira e vista através da baliza única da Palavra de Deus, da Bíblia Sagrada. Se é definitiva e inrretocável, provável e certamente que não, encontra-se exatamente como reflexão no nível da teologia leiga e pessoal e oposta no sentido de que só os registros escriturísticos são A Palavra de Deus, os nossos são opiniões, pensamentos que podem e devem ser aperfeiçoados, conferidos tantas quantas vezes forem sabiamente e humildemente necessárias.

Dessa forma, relutei em fazê-los conforme concebi em minhas reflexões principalmente para como diz um grande irmão não me achar "reinventando a roda", que aliás quando se quer inventá-la a única possibilidade é fazê-la quadrada e ai deixa de ser roda, deixa de ser funcional e útil. No campo religioso pratico ou teológico muitas vezes religiosos fazem exatamente a mesma coisa: inventam uma roda quadrada, cujo aspecto é inovador mas não funciona, nem para o bem da igreja e nem para o bem do perdido.

O ponto de partida não é algo em cima do muro, mas decisivo: a aplicação do Velho ou Antigo Testamento pela igreja evangélica brasileira hoje, justificativa, base bíblica, fatos, etc. Numa das conhecidas e documentadas confissões batistas reza exatamente a seguinte declaração: o Novo Testamento constitui a única fonte de doutrina e de prática pra a igreja hoje ( mais ou menos assim, pois não consultei para interromper o raciocínio o documento em questão, mas você pode fazê-lo incluindo a consulta da confissão de várias igrejas batistas em particular ) Vale lembrar que, em termos históricos, ter a mão toda a Escritura é um privilégio recente. Tanto no catolicismo ou no protestantismo, ter os Evangelhos e o Novo Testamento já eram uma verdadeira benção digna da mais extremada gratidão, um privilégio. Portanto hoje se ter toda a Bíblia, lê-la, estudá-la, fartar-se de falar sobre ela ( se fora possível ) é, sem nenhuma dúvida, um privilégio sem medida.

Temos, simplificadamente, pois daria margem a um capítulo inteiro em um livro sobre o assunto, os ramos tradicional, renovado, pentecostal e neopentecostal. Há ainda os paraprotestantes como Testemunhas de Jeová, Mórmons e Adventistas do 7° dia, Adventistas da Reforma, Adventistas da Promessa ( pentecostais ), só para citar alguns. A adesão a uma igreja se dá por simpatia, herança familiar, concordância de opiniões, cultura, prática, etc. Biblicamente entretanto só pelo arrependimento e a fé no Senhor Jesus Cristo como Deus e Filho de Deus, é a fé que salva efetivamente.

Em um artigo escrito pelo irmão Jorge Fernandes Isah em seu blog Kálamos, a questão da Lei e a Graça, rendera cerca de cem comentários extensos e complexos nas suas diversas argumentações, fóra o número quatro, cinco, seis ou mais vezes de leitores da postagem. Além da "puxada" instigante do articulista e biblicista talentoso que é, puxando pelo raciocínio e posicionamento de seus leitores, renderam muitos outros aspectos a serem refletidos por cada um de nós posterior e particularmente. Basicamente, salvo o erro da minha simplificação ( repito para efeito de abordagem ), além do aspecto da salvação, restou o da aplicabilidade do Velho Testamento em todos os seus aspectos, em alguns, ou definitivamente não ou nunca , pelo menos no que concernia aos aspectos visíveis e cerimoniais.

Em termos práticos, no Brasil, o reavivamento evangélico, em linhas simples e gerais, passou por uma atenção ao Dia de Pentecostes, aos milagres e curas nos sinópticos ( teologicamente, João é um Evangelho diferente, praticamente sem milagres ), e atentando para todos os milagres e operações e intervenções divinas do Velho ou Antigo Testamento. Vale lembrar  que a decadência da fé dos crentes passa pela dificuldade de confessar fé   naquilo que a Bíblia relata de sobrenatural no mundo natural. Algumas postagens mais acessadas aqui, inclusive por leitores de Portugal, Estados Unidos, etc, é justamente sobre Jonas e a Baleia ( um grande peixe ), Jardim do Éden, O Dilúvio, etc. Muitas pessoas não negam a Bíblia inicialmente, negam selecionadamente passagens que "ofendem" o nosso conheciam o secular moderno. Pastores vão se negando a pregar determinados textos e passagens e ignorar justamente os que chocariam a sua plateia.

Os pentecostais, renovados ( termo adotado por batistas, presbiterianos, metodistas, adventistas, etc) e neo pentecostais mergulham nos textos milagrosos e não se envergonham de citá-los de pregar sobre eles, diante de quem for, de cultos ou ignorantes e nisso estão legitimamente corretos, pois afinal todos, dos reformados aos neopentecostais, confessamos serem as Escrituras a Palavra de Deus, sem retoques, sem explicações, tal qual lá está, nem menos e nem mais. Desse modo além da pregação do Evangelho, de Jesus como o Salvador que livra o homem do inferno, que perdoa pecados, como  O Filho de Deus, e o único nome pelo qual somos salvos, Deus é apresentado como o Senhor dos Exércitos que luta junto a seu povo, como o Deus de Abraão de Isaque e Jacó ( não por citação mas de fato ) e cada uma das milhares de promessas do VT são tomadas individualmente ao pé da letra para horror dos teólogos mais ortodoxos.

Resultados na prática: é reconhecida uma luta dinâmica e constante entre o bem e o mal e em cuja batalha, homens e mulheres pendem todos para um lado ou para o outro sobre a coação dos inúmeros demônios a serviço de Satanás. A batalha e corpo a corpo e cada palmo de território em reconquistado para Deus em todas as áreas da vida, sejam espirituais ou materiais. Não há mais a distinção teológica de São Tomás de Aquino, parte de todos estudos filosóficos e teológicos sérios, o andar de baixo e o andar de cima, as coisas do mundo e seculares distintas e desconexadas das coisas celestes ou divinas; princípios divinos aparentes no VT são aplicados hoje como foram aplicados às diversas personagens em seus próprios dias. Não se trata de legalismo mas de aplicações de princípios tais como "entrega", "renúncia", "voto", "sacrifício", "luta", "profecia", "palavra" ( declaração ) etc. Com vista a materialização nos dias de hoje das mesmas atuações do Deus Antigo Testamentário.

A batalha teológica  está instaurada pois grupos mais históricos ficam horrorizados com as novidades, o pragmatismo e a não correspondência ( diga-se de passagem em parte ) com a Igreja Primitiva, mas principalmente com aquilo aceito como culto, liturgia, historicamente construída pelos ramo protestante. Mas o que vemos? Vemos milhares e milhares de pessoas, de fato milhões, concorrendo a esses novos ramos do protestantismo. 

Na prática essa nova parcela da igreja tem visibilidade oposta a discrição, partipação no poder secular, crescimento numérico expressivo e não poucos escândalos e muitas historias individuais surpreendentes, coisas que a parcela histórica a muito não tem o que apresentar diga-se de passagem. O fato é que o ramo mais tradicional, embora tenha tido importante papel histórico trazendo o evangelho até os dias de hoje, arrefeceu e falhou desastradamente (por várias razões incluídas a teológica ) no seu empreendorismo evangelístico. Há uma igreja batista reformada ( não citarei o nome nem lugar ) de trinta anos de existência com com membros apenas, considerando que muitos são familiares, talvez um pouco mais de vinte e cinco famílias ou menos é que constituem a sua membresia... um desastre evangelístico, seja analisado pelo lado espiritual ( sobrenatural ou estratégico ), de qualquer forma injustificável.

A reação óbvia é que o ramo tradicional e reformado nega peremptoriamente toda a operação divina nessas "igrejas" e o interessante é que a sua teologia afirma que Satanás não tem poder para operar no mundo natural, contra a favor das leis da natureza, não se apossa dos corpos das pessoas, não põe nelas doenças, nem interfere em suas mentes, logo se não é Deus quem faz "os milagres" nessas igrejas quem os faria, ou faz? Montagens e falsos testemunhos são aventados e pode ser que ocorram, mas não no número dos milagres relatados, com variedade de testemunhas, muitas não crentes contudo não seria Deus "capaz" de efetuar no mundo nada de grande impacto, esquecendo a afirmação  do próprio Senhor Jesus, que "obras maiores do que essas" seriam feitas em seu nome? 

Outro problema aventado por opositores tanto cristãos como não-cristãos, é a ambição e a relação dos novos crentes com o dinheiro e os bens materiais, contrapondo-se à cultura teológica franciscana ( de origem católica romana ) da negação às riquezas e toda manifestação das mesmas. A questão da discurso é outro problema aventado, um limitado conhecimento bíblico, pregações razas muito próximas do que se percebe usado em promoções e vendas, bordões, e o uso de alegorias vistas como bizarras e  inconsequêntes.

Se pudéssemos olhar de fora teríamos duas praticas opostas:

Uma a de ministros de cultura e conhecimento bíblico desejável, alguns legitimamente  invejáveis e completamente previsíveis na sua limitação denominacional que podem satisfazer  o neófito durante um tempo mas que se mostram efetivamente sem nada mais a oferecer, exauridos em suas proposições distantes da realidade e sem ( muitas vezes ) apresentarem o mínimo sinal de sobrenatural em suas vidas que seja condizente com o que a Bíblia declara.


Do outro lado, pregadores, pastores, francamente despreparados, forjados pela pressa e o oportunismo caótico, limitados nos seus argumentos, repetindo o que mal-mal aprenderam, vão  aos milhares aos locais mais destetáveis e atendem espiritual e materialmente as pessoas mais indesejáveis ou problemáticas para qualquer igreja de clientela digamos, mais normal.

Provavelmente poucos ou a imensa e definitiva maioria não saiba nem o que seja um calvinista ou arminiano ( Graças a Deus! ), muito o menos o que disse o que fez e o que o pensou Santo Agostinho e tantos outros. Às milhões de pessoas é ensinado basicamente que há um único Deus verdadeiro, Todo Poderoso, para quem não há nenhuma limitação, e que Jesus Cristo está vivo e operando nos nosso dias tal qual o fez em carne quando andou por esse mundo. Atitudes como as de Abraão, Jacó, Davi, Elias, Eliseu, Pedro e Paulo, cujas sobras e peças de roupa curavam os doentes, expulsão de demômios como feitas por Cristo e os demais apóstolos, prosperidade dada a Jó, a Davi e a Salomão, vitórias como a de Ester, e todas as lutas e enfrentamentos do povo de Israel são trazidas concretamente pra os dias de hoje, para a vida de cada cristão. A relação como dinheiro e a oferta, desde Melquissedeque, a promessa reiterada do livro de  Malaquias, e todas presentes nos Salmos, particularmente o Salmo 1, 23, 91, 119, etc. A Bíblia é crida ao pé da letra, de forma contundente e de forma a não se quedar frente a secularidade e ao mundo acadêmico.

É a sabedoria da Palavra de Deus que enlouquece e confunde os sábios desse mundo. Curiosamente os calvinistas criam que a benção de Deus se manifestava concreta e visivelmente na sua prosperidade material, sendo portanto um forte elemento de fortalecimento do capitalismo, daí a té a fama de "calvinistas pães-duros". Esses mesmos calvinistas hoje, os mais ferrenhos, há os mais  sábios como Gamaliel, se inflama contra a chamada "teologia da prosperidade" .

O objetivo dessa abordagem resumida, não é demovê-lo de suas convicções e leitura de mundo pessoais ( claro estou falando a crentes, cristãos que conhecem e amam de fato ao Senhor ), mesmo por que como disse em conversa pessoal como o meu querido irmão Jorge, não se deve abrir mão tão facilmente de usas convicções pessoais, quaisquer que sejam, convicções são construídas dolorosamente e só dolorosamente podem ser melhoradas, revistas, confrontadas. No que respeita  a fé cristã genuína deve-se se ser cuidadoso para não perder o que se tem, daí a admoestação do Senhor Jesus para não escandalizar os pequeninos. A fé pode e deve ser ampliada, nunca destruída. Se você é reformado, calvinista moderado, hipercalvinista, arminiano, nada disso, pentecostal, neopentecostal, ama ao Senhor de todo o seu coração, tem a marca dEle na Sua vida, Ele se revelou a você, o curou, o prosperou, libertou de vícios, restaurou seu casamento, lhe deu paz, aspiração pelo céus, amor a sua volta e manifestação, continue olhando para Ele, só para Ele.

Detalhes como o que vemos e discutimos, nos chocamos e nos confundimos, não são primordialmente importantes. Muito se diz sobre o jovem Rico com uma ênfase recaindo sempre sobre o seu amor às riquezas. Penso entretanto que Jesus o convidou a abster-se da teoria ou pelo menos não priorizá-la, visto que para ele a teologia se tenha mostrado insuficiente para iluminar a sua mente e fazê-lo entender as coisas de Deus. Algo que só poderia ser compreendido de fato, na prática, seguindo ao Senhor Jesus e vendo no dia a dia, vendo-O fazer o que efetiva e concretamente fazia, os resultados da Sua palavra pregada e ensinada, as libertações, curas e o amor revelado à cada uma das pessoas alcançadas pelo sua presença real.


Louvo o nome do Senhor, dou-lhe graças e meus olhos se enchem efetivamente de lágrimas, pois o Deus em que creio é vivo, Ele está ativo  e operando no mundo, e o que é caótico para mim, mesmo concernente à igreja, para Ele é tão claro como a planície iluminada pelo sol no meio dia.

O perdido pode ser salvo, o doente pode ser curado, o pobre pode ser exaltado, e todo o que anda em trevas pode ver a luz. Não há limites para o que Ele pode fazer, Aleluia...não há...definitivamente não há... A igreja não é minha e portanto não pode ser a projeção do que eu entenda por simplesmente entender convenientemente, do que prefira, do que eu mais goste, do mais palatável, mas dEle, só dEle, unicamente por Ele e para Ele. Como eu resolvi abordar livremente algo polêmico, de fato não sei se muitos lerão até essas últimas linhas, mas se você as pôde ler, espero que não tenha prejudicado a sua fé particular, e sim contribuído para, pelo menos, refletir em relação aos acontecimentos reais tão difíceis de serem compreendidos a luz do que possa estar efetivamente acontecendo. Ao que concerne ao plano e operação efetivas de Deus nesse mundo, particularmente no Brasil. 

O Senhor nos abençoe a todos guiando-nos, dando-nos sabedoria, prudência, paciência e guiando-nos em toda a justiça, em seu nome. Amém.

Por Helvécio S. Pereira


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CONTANDO OS NOSSOS DIAS: O ESCRITOR PORTUGUÊS MAIS ...

08 Dez 2011



O NOVO TESTAMENTO DE JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA EM PORTUGUÊS PUBLICADO EM 1681, PELA CIA. DA ÍNDIA ORIENTAL. ATENÇÃO! Link direto do grupo de páginas digitalizadas para downloads e impressas ...

http://contandoosnossosdias.blogspot.com/2011/12/o-escritor-portugues-mais-publicado-no.html



CONTANDO OS NOSSOS DIAS: QUAL O NOME DE DEUS?

22 Out 2010



No Antigo Testamento traduzido por João Ferreira de Almeida e publicado em dois volumes quase sessenta anos após sua morte (1748 e 1753), é empregada a forma JEHOVAH onde no texto hebraico aparece YHVH. Almeida fez isso baseado na tradução espanhola feita por Reina-Valera (1602). ... No Novo Testamento "Senhor" traduz a palavra grega KURIOS, que quer dizer "senhor" ou "dono". Jesus não usou o termo "Jeová." Por exemplo, citando o Antigo ...

http://contandoosnossosdias.blogspot.com/2010/10/qual-o-nome-de-deus.html

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