SATANÁS O PRÍNCIPE DESSE MUNDO ( ESTUDO BÍBLICO PARTE II )

Um precioso amigo e mais precioso irmão em Cristo, ao pegar-me em uma discussão indesejada e indesejável com outro irmão, ao responder-lhe como as coisas nesse mundo poderiam ser mudadas, pergunta feita por ele, acerca da visão, e portanto da diferença entre calvinismo e arminianismo, disse-me que que eu tinha uma obsessão contra o calvinismo.

Na verdade não a tenho, mas não posso me furtar a negar-lhe suas afirmações e as relações estabelecidas com à realidade mais objetiva, ou inteiramente objetiva feita erroneamente pelo calvinismo. O Calvinismo crê em Cristo para a salvação, no céu, no inferno, da redenção dos pecados daqueles que crêem mas quando se põe a explicar tudo isso, é um desastre total!

Quando o assunto é Satanás, essa personagem bíblica, presente em quase todas as culturas como um ser do qual se deva desconfiar, fugir, não aliar-se a ele, até combatê-lo, é pior ainda! O que dizem acerca de Satanás, os calvinistas, têm um pano geral semelhante ao que os demais cristãos acreditam, mas há diversos poréns bastante graves!

Como essa postagem não é para comparar e debater ponto a ponto esses erros, apenas me ocuparei de tecer e argumentar sobre o que é estritamente bíblico e coerente.

Em primeiro lugar, o texto áureo sobre a queda do homem, é em princípio ( e não poderia ser ) o texto do Éden. No Éden curiosamente temos três vontades distintas, autônomas, e qualquer leitor sem influência errática dos calvinistas ou de outro tipo de cosmovisão cristã alheia a estritamente bíblica, dirá confirmando tal fato. Cada uma das três, além de distinta, têm objetivos, percepções e reações  legítimas e diferentes. Não sabemos o porquê disso, mas é nos apresentado como um fato, e portanto como uma verdade. Uma verdade que se estenderá e permanecerá intocada por toda a história humana conforme os registros, discursos, profecias e acontecimentos bíblicos.

Ler capítulo 3 de Gênesis

¹ ORA, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?

² E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,

³ Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.

⁴ Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.

⁵ Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.

⁶ E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.

⁷ Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.

⁸ E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim.

⁹ E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?

Esse relato de Gênesis capítulo 3, versos do 1 ao 9, mostram que após a criação do homem, da mulher a partir do homem, das ordens e prerrogativas dadas ao homem e à mulher, a presença de Satanás, no Éden, e a seguir a aparição de Deus ao final do dia, temos um quadro completo com as três personalidades juntas, visto que o homem e a mulher, segundo Deus formavam "uma só carne", Deus como triuno, é Ele e só Ele um único e diferenciado ser e o próprio Satanás.

Temos a vontade livre e soberana de Deus, como Criador, Sustentador, Executor de Sua própria vontade e contemplador de sua criação. Em todo o relato anterior da criação, Deus cria, Deus ordena que coisas sejam criadas, que elas surjam por si mesmas e Deus observa os resultados e os julga conforme a Sua própria percepção das coisas.

Do mesmo modo, o homem e a mulher exercem um julgamento do mundo e das coisas ao seu redor, dá  nomes as coisas, que segundo a teoria geral da linguagem, a nome, a palavra, dá origem a uma ideia. Sem a palavra ideias não existem, e esse mesmo homem na pessoa de Adão e Eva, deve construir um conceito próprio a partir do que lhes é dito, primeiro por Deus, e depois por cada um deles mesmos. A figura e a pessoa de Satanás surge como criadora de um terceiro conceito ou visão, como se pode perceber arbitrariamente distorcida, uma mentira, uma afirmação que embora aparente uma relação verdadeira com a informação obtida pelo casal de humanos, dada por Deus, dela se distancia por uma inserção de uma novidade.

Para Deus as coisas são de um modo... para o homem elas serão construídas, ou semelhantemente às de Deus, ou com informações novas e diferentes, se constituírem um outra cosmovisão. Satanás não diz: Deus não existe! Satanás não diz: esse ser que fala com vocês todos os dias, não é Deus, mas um outro ser! Satanás não diz: Deus não os ama, não é amigo,cuidado com Ele ( Deus ) ! Satanás não cria um confronto mais grave mas introduz uma possibilidade sutil; Deus tem medo que vocês fiquem igual a ele!!! que saibam tanto quanto Ele.

A desobediência foi o homem atravessar o limite, a marca estabelecida, de não provar da tal árvore, mais exatamente o seu fruto, e sem medo, igualar-se a Deus. E note que Satanás não mentiu sobre as consequências: de fato Adão e Eva, se tornaram como Deus, e nós consequentemente também, como Deus mesmo afirma, "eis que o homem é como um de nós ( Elohim = Deus triuno ) e por extensão iguais aos anjos, podemos biblicamente constatar essa realidade resultante e interligada, somos conhecedores do bem e do mal como Deus e como o próprio Satanás!!

Gênesis 3:22-24

²² Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente,

²³ O SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado.

²⁴ E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.

Dessa forma, o homem, Satanás ( e os demais anjos )  e Deus, compartilhamos a partir desse fato o mesmo conhecimento do bem e do mal. O castigo e o impedimento para maiores desastres dos que de fato viriam foi a proibição ao acesso a indecifrável árvore da vida. Caso houvesse essa possibilidade, em toda a história humana e hoje, a humanidade viveria continuamente, se multiplicando e multiplicando a sua iniquidade!

Fora do Éden, as sua próprias custas, o conhecimento de Deus fora se perdendo, pelo menos no que aparentemente se refere à imensa maioria dos seres humanos. O que temos e o que  se tornara registro escriturístico e bíblico, foi resultado de uma tradição oral milagrosamente preservada por uma minoria fiel e crente, esperançosa de que as coisas poderiam ser um dia revertidas e a situação original de criação da raça humana fosse realidade novamente.

Como vimos na primeira parte desse estudo ( LINK AQUI) Satanás não foi preso nos céus, ou lá ficou com alguma ocupação, mas na terra. Isso é claro na declaração encontrada no mesmo relato  maravilhoso do Gênesis:

Gênesis 3:14

¹⁴ Então o SENHOR Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.

Satanás ficou preso na terra! Passeando e vagando por ela, em um contínuo e quase eterna observação do seres humanos.

Como podemos comprovar isso? No livro de Jó, Deus pergunta a Satanás: "observastes o meu servo Jó?"

Satanás observa os homens, como observava no Éden,  não como um trabalho e nem como uma missão, mas talvez para sua própria condenação. Como pode seres mais fracos, de conhecimento tão limitado, de aprendizado difícil, se mostrarem as vezes tão vis como ele ( Satanás ) mesmo, mas tantas vezes tão nobres, demostrando amor e fidelidade a Deus?

Quando demônios foram expulsos pelo Senhor Jesus Cristo, reclamaram, por que atormentá-los "antes do tempo"? Os anjos rebelados, seguidores do antigo querubim, foram lançados à terra e cá na terra, vagam e da mesma foram observam os homens, o seu tormento é serem confrontados com a sua própria falha e serem superados pelo ser humano, após esse crer e ter a comunhão restaurada com Deus e investido com a autoridade de Cristo sobre toda serpente e escorpiões, uma figura de linguagem para todos os seres espirituais banidos dos céus e condenados finalmente a um juízo de inferno eterno.

Entretanto, tanto quando  no Éden, novos Adões e novas Evas, fazem escolhas e se aproximam voluntariamente, por várias razões do Pai da Mentira, Satanás, seja direta ou indiretamente. Esse é o reinado e o reino de Satanás nesse mundo: um conjunto de indivíduos, que graças as mais variados artifícios, são alinhados com os propósitos anti-Deus, urdidos e planejados inteligentemente pelo príncipe desse mundo, que desse modo é sim aquele que recebeu de Deus a permissão para agir nesse mundo e junto aos descrentes e desobedientes tal e qual pode agir e influenciar no éden originalmente.

O Senhor Jesus afirmara que Satanás, o próprio e não um demônio secundário, menor, escolhera cirandar Pedro como trigo. Satanás entretanto teve sucesso junto a outro, Judas Iscariotes, que tanto se deixou influenciar que o próprio Senhor Jesus o chamara de "diabo". Hoje em em toda a história humana, Satanás bisca pessoas que lhe sejam úteis a seus malignos propósitos de roubar e matar a raça humana. Há pessoas literalmente usadas por Satanás, elas não o sabem, não o percebem, muitas vezes a linha que separam o que fazem, o que dizem, é tão tênue que elas julgam que nenhum mal está sendo feito, ou até que fazem coisas que sejam agradáveis a Deus.

Isso acontece no pensamento humano, na filosofia, na ciência, na religião, nas Artes, na política, na própria  cultura, através dos valores, comportamentos, entretenimento, relações entre as pessoas. Deus conforme afirmação errônea e patética dos calvinistas, em um franco e tácito erro de lógica e de raciocínio inteiramente humano, não é o criador do mal. O mal tem origem em Satanás, ele Satanás é de fato o único implementador do mal. A pregação do Evangelho tem dois objetivos claros e urgentes: 

1) destruir as obras de Satanás!

2) Implantar o Reino de Deus, exatamente em cada espaço e terreno e poder de influencia em que algo de origem maligna estivesse anteriormente ali instalado! Seja na religião, seja na política, seja na estrutura social, seja na cultura, portanto no comportamento, valores e crenças de um povo ou de uma parcela da sociedade.

A nossa terceira postagem, menos tórica apresentará histórias reais, mostrando alguns exemplos da influência e domínio de Satanás em um passado recente e no presente com desdobramentos futuros e decisivos para a humanidade.

Um abraço, leiam e ampliem o estudo da primeira parte, dessa segunda parte, divulgando esse importante assunto.

Por Helvécio S. Pereira


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