Essa é uma preocupação fora e dentro do cristianismo nem sempre resolvida e apenas as pessoas se posicionam em um ou outro lado, as vezes relativamente justificada a sua posição pessoal, a partir de experiência e, ou fatos relatáveis e dificilmente cabais como prova de uma ou outra coisa.
Para cristãos evangélicos, protestantes, há os deterministas e no caso se autointitulam deterministas bíblicos. Há uma profusão de livros explicitando a sua posição, como artigos, sites, blogs, fóruns, etc. De outro lado ou ponta há os que não têm essa posição e há também os que buscam uma conciliação entre as duas. As implicações finais, saltando as vastas discussões em torno do assunto, é que se alguém é pobre e morre de diarréia por exemplo é porque Deus já determinara esse fato. Se outro é rico e tudo lhe sucede bem é porque Deus também já determinara esse fato e assim todos os fatos desde os com enorme repercussão como as duas grandes guerras, seja o descobrimento da América ou até a quebra do dedinho do pé esquerdo de uma senhora de setenta anos. Deus seria segundo alguns, a causa primeira e única de todos os fatos.
O problema é que a justiça de Deus ou o seu atributo de o Justo, o plenamente justo fica deteriorada. E não há como afirmar outra coisa. Outro ponto é a inercia de Deus: Deus não pode fazer mais nada e nada diferente do que já fez na "eternidade" um ponto obscuro do passado infinito.
Tanto no determinismo como no fatalismo temos um problema importante e grave: se nada pode ser mudado, Deus não é Todo Poderoso, pois haverá coisas que não poderá desse modo fazer ( ou refazer ). Quanto a liberdade outro ponto muito discutido, é que deterministas negam o livre-arbítrio filosófico e algo que o valha antes mesmo do homem (portanto nada a ver com o livre-arbítrio grego ). A menor possibilidade de liberdade, daí a resistência deles em reconhecer esse ponto, derruba seu arcabouço teológico e cosmovisão.
Na outra ponta temos os defensores do caos ou seja Deus não pode nada, está ausente se ele de fato existe, nós podemos tudo, evoluimos, crescemos, aprendemos e nos tornaremos deuses de nós mesmos, ou seja um delírio.
A ciência não fica de fora e simplificadamente a teoria mais recente é que o presente é o passado que evaporara e que o futuro ainda não existe.
Biblicamente temos não poucos pródigos registros bíblicos, esquecendo-se da elaboração humana recente ou passada, vista como realidade revelada, temos as duas coisas: Deus vê toda a realidade ( passada, presente e futura ) em todas as suas multifacetadas dimensões e Deus é capaz, pode de fato entrar na realidade presente e mudar o que quiser e o futuro só será o que Ele permitir. Nada escapa portanto ao Seu poder e conhecimento, nada lhe é escondido ou oculto.
Dessa forma os diversos agentes que produzem essa realidade são pela Bíblia, diversos, entre eles: Deus ( o primeiro ), o homem ( no caso de nossa breve história pessoal, individual e coletiva ) e espíritos do mal ( ocasionalmente anjos do bem, em serviço a nosso favor. Esses três tipos de agentes interagem e produzem a nossa ralidade (lembrando que a realidade humana é apenas um recorte na imensa e supõe-se infinita criação de Deus, seja no universo perceptível ou no sobrenatural.
A grande questão é: podemos ser o que não somos ou nos tornar melhores ou piores a cada instante ou não? Do ponto de vista do indivíduo o perdido pode salvar-se e o salvo pode perder-se a cada dia ou mudança de estado e de perspectiva? Judas Iscariotes descrito com fidelidade cerca de setecentos anos antes de Cristo poderia deixar de trair o Senhor e perder a sua alma? Jerusalém cidade da qual o próprio Senhor diz querer ajuntar os seus habitantes como uma galinha ajunta seus filhotes poderia deixar de sucumbir no ano 70 d.C.?
É a profecia uma predição ou uma determinação, ou ainda as duas coisas, as vezes uma e outras vezes outra?
Transpostas essas questões para o nosso dia a dia e experiência pessoais como podem ser compreendidas nossa percepção pessoal, escolha, prioridades, valores, defeitos e qualidades, maldades e virtudes e que realidade Deus coloca de fato diante de cada um de nós? O mal pode ser evitado, tenha a origem que tiver, no homem ou fora dele e o bem reafirmado e a verdade estabelecida?
Qual o desafio da oração semelhante a exortação feita a Pedro pelo Senhor Jesus, que o próprio Filho de Deus orara para que Satanás não o cirandasse como trigo?
Qual a lição e a esperança para nós hoje?
Qual a importância do fato da igreja ( templo ) como descrita como "Casa de Oração"?
Por que, do ponto de vistas prático devemos, somos exortados a orar nesse contexto e nessa perspectiva de futuro como realidade que ainda não aconteceu ainda?
É o que exploraremos em postagem seguinte e oportuna.
Por Helvécio S. Pereira
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